A Serra da Opa

Fica nos limites do concelho de Penamacor com o concelho do Sabugal. O seu cume marca parte do limite entre a Beira Baixa e a Beira Alta, mas não se enganem: a serra da Opa até nem é muito alta e estando em boa forma trepa-se bem pelo próprio pé, sem necessidade de especiais adereços. Um cantil cheio trazido de casa e um cajado de ocasião escolhido já a caminho podem ajudar. No cimo talvez encontre como bónus as ruinas de alguns castros de antanho. De lá do alto poderá disfrutar de belas vistas para o Casteleiro, Moita, S. Estêvão, Vale, Meimoa,Benquerença mas também, espreitando para Norte, a silhueta de Sortelha, a Sera de São Cornélio, a da Gardunha e para Oeste a Estrela e o vale da Cova da Beira, para leste a Malcata e um vislumbre da Serra da Gata, já em Espanha. Vale a pena subir à Serra da Opa, em Sortelha à Serra de São Cornélio,vale sempre a pena subir a uma montanha.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Povoado

Povoado

Verificação ortográfica
A área da Freguesia foi ocupada inicialmemte, pelo povo romano como provam os vários vestigios encontrados.

É na serra d'Opa que são visíveis estruturas de construções, com formato rectangular.

Aqui foram encontradas cerâmicas de construção e de objectos manuais.

Foi identificado um fragmento de terra "sigillata hispânica", da Idade do Ferro

Serra d'Opa - Resistência celta.

Em 71 AC Pompeu submeteu toda a Hispânia, mas, até 19 AC continuaram a haver rebeliões um pouco por toda a Lusitânia. Em 25 AC, quando pareciam já dominados os Lusitanos, os Cântabros e os Ástures (todos Celtiberos), uma nova campanha militar romana é levada a efeito para acabar com os últimos focos de rebelião, comandada por Carísio, então legado na Lusitânia. Os Ástures, que ainda ofereciam resistência, vieram refugiar-se na cidade Lusitana de Lancia, onde foram derrotados.

Lancia, mais tarde Lancia Oppidana, ficava situada, segundo Mário Saa, na sua obra "As grandes vias da Lusitânia", na Serra d'Opa, nos locais hoje denominados Enferrujados, Vendas dos Vinhos e Senhora da Póvoa. Esta cidade foi seguidamente romanizada e atingiu mesmo alguma importância, pois uma das vias imperiais romanas por aqui passava e, além disso, estava rodeada por várias villaes (quintas romanas).

No entanto, o grande centro da cidade situar-se-ia no actual Santuário de Nossa Senhora da Póvoa.

Na década de 1930-1940 , foram feitos trabalhos de endireitamento do pavimento do recinto do santuário e, descobriram muralhas soterradas com dois metros de espessura. Eram umas muralhas fortes.

Estas muralhas foram descritas pelo professor José Manuel Landeiro.

Há poucos anos, mudando o quinteiro dos Vieiros o leito da ribeira que atravessa a quinta, encontrou alguns fornos a grande profundidade, calculando-se que eram para neles derreterem o minério, talvez no tempo dos Romanos ou doutros povos anteriores, parque antes dêles jà invadi­ram a Peninsula algumas tribus, que exploraram o minério, como diz Sil­vio Pélico a respeito dos Astures - «Astur scrutator pollidus auri'.

Noticia de vestigios da existência do homem pré-histôrico

nos limites de Sortelha perto do Casteleiro

Em vários pontos de Sortelha têm aparecido instrumentos incontestá­velmente pertencentes aos habitantes da idade da pedra.

Vários escritores antigos referem a existência dum dôlmen em Sortelha.

Tendo-o procurado em vão, convenci-me de que se tratava dum curioso monumento existente próximo do caminho de Sortelha para Ben­dada, na Quinta dos Vieiros, pertencente ao Sr. Conde de Tarouca. Ali fo­mos visitar êsse gigantesco monolito, existente no sitio denominado Pe­dra Furada.

Há quem afirme que êsse enorme rochedo com os seus suportes, em que dum lado se apoia, nâo deve considerar-se uma anta ou dôlmen. Que andou ali a mâo possante do homem é facto de que não gode duvidar-se; que o colosso tem sido considerado um dôlmen é tambem averiguado.

Nôs apenas diremos que hà em França muitos semelhantes, até muito maiores, assim como na Dinamarca. Dêste colosso curiosissimo demos jà noticia circunstanciada a pàg. 24 do V. X do «Archeologo Portuguez'.

Nessa mesma revista e igual pàgina e na seguinte demos noticia duma enorme Lapa, que vamos transcrever ;

'A pequena distância de Sortelha existe, perto do caminho que liga o Arrabalde à Ribeira da Azenha e à esquerda de quem desce, a 200 metros pouco mais ou menos das muraihas da vila, ao norte destas, uma espaçosa lapa sob um enormissimo penedo granitico, que deve ter sido um belo abrigo ou habitaçâo do homem pré-histôrico.

«O que torna notável êste abrigo, assim como outro que está um pouco mais abaixo, e à direita do referido caminho, é a existência de ca­vidades a um metro de altura, pouco mais ou menos, na parede da lapa e à esquerda quando se entra na primeira, abertas sinuosamente no granito, tendo cinco ou seis decimetros de profundidade. A que examinei começava numa fossa pouco profunda, donde partiam duas aberturas em direcçâo oposta, ambas igualmente sinuosas.

Qual o fim a que eram destinadas, será objecto de conjecturas; mas parece natural que fôssem feitas para servirem de esconderijos, onde guar­dassem os machados, as setas, os raspadores e talvez os .restos de rezes mortas, e as jóias mais estimadas.

Dêstes buracos, onde cabe um braço à vontade, havia muitos em tôda a encosta de Sortelha, vendo-se vestigios de alguns em paredes fendidas, que dão a idéia da sinuosidade que descrevem.

«Parece fora de dúvida que foram praticados por mão do homem nos tempos pré-históricos, pois que não pode admitir-se a hipótese de terem sido feitos por aves para servirem de ninhos ... No rochedo que forma a lapa existem também pequenas fossas, talvez comêço doutras iguais às primei­ras, de cuja continuação o artista desistisse, porque o perfurador ou o ma­chado e o escopro de silex não vencessem a resistência da pedra.

Nâo conheço nada igual, nem tenho visto noticia de obra semelhante e por isso não sei se tais cavidades teriam ou não a aplicação que eu presumo.

Fossas pequenas existem em vários pencdos, que vulgarmente cha­mam barrocos em todo o concelho do Sabugal, sobretudo em Pena Lobo, Sortelha e Ruvina, assim como cúpulas, algumas de grandes dimensões e de fabrico intencional ; mas nada se parecem com êstes esconderijos, a que chamarei escaninhos do homem pré-histôrico».

Em nota ao mesmo artigo sustentámos que, ao contrário do que a res­peito de fossas semelhantes sustentara o nosso amigo e ex-condiscipulo Dr. Félix Pereira, as julgávamos artificiais, por não poderem ser devidas à acção das chuvas, nem dos agentes atmosféricos, como sucede a algumas junto do Côa, ou do mar, e por obedecerem ao mesmo desenho e andarem associadas a outras cavidades e finalmente por existirem em sitios onde viveu o homem pré-histórico e cuja passagem ficou assinalada por fossas iguais, em parte destruidas, como se vê noutros pontos próximos de Sortelha'.

Viran-se vestigios de cavidades iguais na Ruvina, no sitio da Cancela e Barroco do Paio e Gorgolicha ou Làginhas.

À direita de quem sai da porta ocidental de Sortelha e a pequena distância, observámos uns rochedos curiosos na direcção de Pena Lôbo, um dos quais dá um perfil regular dum homem.

Sera o perfil um efeito do acaso, como do acaso resultam as imagens que por vezes se desenham nas nuvens, representando animais em curiosas e variadas atitudes ; mas nada admirava que ali houvesse o trabalho do homem. Nas ilhas da Páscoa apareceram gigantescas figuras humanas e tão curiosas e abundantes eram que foram transportadas algumas para França, o que de modo algum quer dizer que esta esteja neste caso.

Sepulturas em rochas

No vasto lagedo que cerca a igreja de Sortelha existem seis sepul­turas feitas em tempos imemoriais, talvez na época do don:inio romano. Quatro dessas pias sepulerais estão ao porte da igreja, muito perto uma das outras e duas do lado do nascente, igualmente muito prôximas e paralelas, tendo estas digno de nota o terem menos de um metro de comprimento. Foram por certo feitas para crianças e são as únicas que tenho visto da­quele tamanho.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Videos & Sites Internet favoritos do Casteleiro, Moita e Vale da Senhora da Póvoa
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Moita noutros tempos (1900)


Edificada na encosta ocidental de uma dos ramificações da serra d' Opa e a 12 quilómetros a sudoeste do Sabugal, a Moita esconde se entre o arvoredo que de todos os lados a cerca, mal podendo ver-se de fora. Os seus terrenos são férteis e o clima dos melhores, produzindo bom vinho e todos os géneros agrícolas.

Tem gados das diferentes espécies, sobretudo ovino, bovino e caprino.

Fazia parte do concelho de Sortelha. Era este lugar devasso, e foi feito Honra por Soeiro Paes (Vid. cDioc. e Dt. 3 da Guarda», p. 42).

A igreja está muito decente. O orago é S. Pedro. Era o pároco de apresentação real, recebendo 17.000 reis de rendimento.

Tinha em "1765" apenas 60 fogos e 240 almas e em "1900" 112 e 375 almas, Tem muitas árvores frutíferas cujos frutos são muito saborosos, especialmente figos, pêras, maçãs, cerejas e ginjas.


A HISTÓRIA


A Moita, freguesia do concelho do Sabugal, está situada num vale, perto da Serra d' Opa. Encontra-se a cerca de doze quilómetros da sede do concelho e as freguesias mais próximas são: Casteleiro (5 km), Santo Estêvão (4 km) e Vale da Senhora da Póvoa (6 km). Esta última pertence já ao concelho de Penamacor, mas antigamente pertenceu à Moita.

A Moita foi conhecida em tempos por "Mouta" e estava situada num local hoje chamado "O Pombal", próximo da Ribeira da Nave e da Serra do Troviscal, hoje mais conhecida por Serra de Sortelha.
Dizem os antigos que a freguesia foi mudada para o local onde hoje se encontra porque nesse tempo, quando as mães iam trabalhar para o campo e deixavam os filhos em casa, estes eram atacados por formigas que atingindo-lhes principalmente os olhos chegavam a ponto de as deixar cegas.
Ao longo do tempo têm sido encontrados vestígios arqueológicos nesta zona que vêm documentar as suas origens. Num terreno de um habitante da freguesia mais conhecido por Manuel Pedreiro, foram encontrados diversos utensílios agrícolas e domésticos de épocas remotas, assim como restos de antigos fornos de estanho, o que nos leva a pensar na povoação destas regiões pelos romanos.
Historicamente, Moita pertenceu ao concelho de Sortelha, durante séculos, quando esta foi concelho.
O seu nome é referido no foral do séc. XIII dado por D. Sancho I a Sortelha, e mais tarde, pelo seu neto, D. Sancho II.
No séc. XIX Moita é devastada pelas Invasões Francesas.
No final do século, foi anexada ao concelho do Sabugal a que pertence.

Património Arqueológico - Onde antigamente era situada a freguesia da Moita foram encontrados diversos objectos de épocas remotas, restos de antigos fornos de estanho, etc.
Entre eles, foi encontrada (pelo Sr. Manuel Gonçalves, também conhecido por Manuel Pedreiro), uma imagem de um Santo, que está a cargo da Câmara Municipal do Sabugal.