A Serra da Opa

Fica nos limites do concelho de Penamacor com o concelho do Sabugal. O seu cume marca parte do limite entre a Beira Baixa e a Beira Alta, mas não se enganem: a serra da Opa até nem é muito alta e estando em boa forma trepa-se bem pelo próprio pé, sem necessidade de especiais adereços. Um cantil cheio trazido de casa e um cajado de ocasião escolhido já a caminho podem ajudar. No cimo talvez encontre como bónus as ruinas de alguns castros de antanho. De lá do alto poderá disfrutar de belas vistas para o Casteleiro, Moita, S. Estêvão, Vale, Meimoa,Benquerença mas também, espreitando para Norte, a silhueta de Sortelha, a Sera de São Cornélio, a da Gardunha e para Oeste a Estrela e o vale da Cova da Beira, para leste a Malcata e um vislumbre da Serra da Gata, já em Espanha. Vale a pena subir à Serra da Opa, em Sortelha à Serra de São Cornélio,vale sempre a pena subir a uma montanha.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Tradição das Janeiras na Moita

O Cantar das Janeiras esteve bem presente na aldeia da Moita. As «Janeiras de Porta em Porta» consistiriam na proclamação, à porta das habitações, de cantares ao menino e dos reis por parte de um grupo de pessoas.
Este «tesouro» de tradições traz à memória velhos tempos, que se deveria manter e preservar.

Vamos cantar as janeiras?
Pois é uma tradiçao bem Portuguesa , esta de ir de casa em casa pela noitinha cantar as Janeiras!!Depois do Natal mais precisamente nos Reis
As crianças ganhavam uns bonbons.os adultos..as vezes un chouriço outra vez um copo de vinho ,acompanhado por umas filhozes...enfim era um convivio
agradavel para todos, nas noites frias banhadas pelo Luar de Janeiro.

Após ter sido dado o sinal de presença, cantava-se uma primeira quadra, dedicada à família em geral, e os primeiros elogios começavam a fazer-se ouvir.
Ainda agora aqui cheguei
Já pus o pé na escada
Logo o meu coração disse
Que aqui mora gente honrada
E passava-se a saudações individualizadas, respeitando-se a hierarquia da família, pelo que em sociedade patriarcal, o lugar de honra era para o pai.

De quem é aquele chapéu
Que além está dependurado
É do dono desta casa
Que é bonito como um cravo.

A saudação seguinte pertencia à dona da casa, elogiando-se-lhe a beleza ou até a bondade.
Viva lá minha senhora
Raminho de salsa crua
Quando chega à janela
Põe-se o sol e nasce a lua.

Era então chegada a hora de se fazer uma alusão directa à tão esperada compensação. E o alvo, uma vez mais, era a dona da casa, detentora da chave da despensa.
Levante-se minha senhora
Desse banco de cortiça
Venha-nos dar as janeiras
Ou morcela ou chouriça.
*******************
Levante-se lá senhora
Desse banquinho de prata
Venha-nos dar as janeiras
Que está um frio que mata.
*********************
Ó que estrela tão brilhante
Que nos vem alumiar
É a senhora desta casa
Que nos vem a convidar.
Como a dona da casa correspondesse, agradeciam, desde logo, a cantar.

Ó que estrela tão brilhante
Que vem dos lados do norte
À família desta casa
Ó Deus lhe dê uma boa sorte.

"O Emigrante", espaço e opinião de autoria de José Joaquim Gouveia

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